segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

“Nem uma única carícia…”

Ela era feliz sem saber… Vivia, sorria, abraçava, beijava… Sentia-se viva, acariciada, amada… Sentia que era o mundo de alguém. Ela era feliz, pura e simplesmente.
O tempo passa, o sentimento persiste e ela continua a viver, a sorrir, a abraçar, a beijar. Continua a sentir que, de facto, é o mundo de alguém e que tem, também ela, o mundo aos seus pés. Continua feliz e com aquela alegria contagiante. Acorda, olha o céu, está cinzento, o sol escondido, a chuva a querer romper as nuvens, mas nem por isso ela deixa de olhar para a sua cama e sorrir. Tudo faz sentido, tudo é mágico e vive a vida que achava desejar para si.
Sai à rua desprevenida. Começa a chover, mas nem o ficar ensopada pela manhã a faz retirar aquele sorriso. Deixou tanta coisa, impediu que tanta e tanta coisa acontecesse na sua vida… Tudo por amor, tudo por aquela vida, tudo por a vida que achava querer para sempre. Nada importava, desde que o tivesse a seu lado.
A chuva insiste, a felicidade também.
O tempo passa, sem que disso ela se aperceba.
Várias oportunidades perdidas, vários caminhos abandonados, várias armadilhas ultrapassadas, vários obstáculos derrubados… Muitos sorrisos ganhos, muitas lágrimas por gastar.
Afinal, talvez a felicidade não se resuma a uma pessoa, simplesmente! Talvez não seja acordar e ver aquela pessoa, sempre, ao nosso lado, que nos faça viver euforicamente, dia após dia.
A vida continua, o tempo passa, as pessoas envelhecem, a paixão derruba-se e, afinal, ela é infeliz sem saber! Abandonou tudo e apenas lhe importava o amor e uma cabana.
O amor transformou-se em repugnância, a cabana transformou-se num local onde já não conseguia viver, a magia passou a ser nula, o carinho evaporou, a felicidade abandonou-a.
Deixou de conseguir pronunciar palavras tais como “amor”, “querido”, “felicidade”, “alegria”, “união” e tantas outras que a faziam recordar aqueles que ela considerava serem os melhores momentos da sua vida.
Aquela rosa que nasceu e desabrochou? Acabou por murchar… Aquele sol que acabava sempre por romper a manhã? Deixou de o fazer… Aquela lufada que surgia sempre que ela se sentia sem ar? Deixou de aparecer…
Ela era infeliz sem saber, e tudo se resumiu a “não mais beijos de manhã, nem uma única carícia”…
“Nem uma palavra mais”…

Um comentário:

  1. Já dizia Joey Ramone "things don't last forever and somehow baby, They never really do, They never really do". Mas também não tem piada se tudo fosse como andar na auto-estrada. Sem dúvida que a montanha russa tem outro encanto =D

    ResponderExcluir