Ela era feliz sem saber… Vivia, sorria, abraçava, beijava… Sentia-se viva, acariciada, amada… Sentia que era o mundo de alguém. Ela era feliz, pura e simplesmente.
O tempo passa, o sentimento persiste e ela continua a viver, a sorrir, a abraçar, a beijar. Continua a sentir que, de facto, é o mundo de alguém e que tem, também ela, o mundo aos seus pés. Continua feliz e com aquela alegria contagiante. Acorda, olha o céu, está cinzento, o sol escondido, a chuva a querer romper as nuvens, mas nem por isso ela deixa de olhar para a sua cama e sorrir. Tudo faz sentido, tudo é mágico e vive a vida que achava desejar para si.
Sai à rua desprevenida. Começa a chover, mas nem o ficar ensopada pela manhã a faz retirar aquele sorriso. Deixou tanta coisa, impediu que tanta e tanta coisa acontecesse na sua vida… Tudo por amor, tudo por aquela vida, tudo por a vida que achava querer para sempre. Nada importava, desde que o tivesse a seu lado.
A chuva insiste, a felicidade também.
O tempo passa, sem que disso ela se aperceba.
Várias oportunidades perdidas, vários caminhos abandonados, várias armadilhas ultrapassadas, vários obstáculos derrubados… Muitos sorrisos ganhos, muitas lágrimas por gastar.
Afinal, talvez a felicidade não se resuma a uma pessoa, simplesmente! Talvez não seja acordar e ver aquela pessoa, sempre, ao nosso lado, que nos faça viver euforicamente, dia após dia.
A vida continua, o tempo passa, as pessoas envelhecem, a paixão derruba-se e, afinal, ela é infeliz sem saber! Abandonou tudo e apenas lhe importava o amor e uma cabana.
O amor transformou-se em repugnância, a cabana transformou-se num local onde já não conseguia viver, a magia passou a ser nula, o carinho evaporou, a felicidade abandonou-a.
Deixou de conseguir pronunciar palavras tais como “amor”, “querido”, “felicidade”, “alegria”, “união” e tantas outras que a faziam recordar aqueles que ela considerava serem os melhores momentos da sua vida.
Aquela rosa que nasceu e desabrochou? Acabou por murchar… Aquele sol que acabava sempre por romper a manhã? Deixou de o fazer… Aquela lufada que surgia sempre que ela se sentia sem ar? Deixou de aparecer…
Ela era infeliz sem saber, e tudo se resumiu a “não mais beijos de manhã, nem uma única carícia”…
“Nem uma palavra mais”…
Já dizia Joey Ramone "things don't last forever and somehow baby, They never really do, They never really do". Mas também não tem piada se tudo fosse como andar na auto-estrada. Sem dúvida que a montanha russa tem outro encanto =D
ResponderExcluir