O tempo parecia não passar. O relógio parecia ter parado. A chuva parecia não desaparecer. A ansiedade estava a consumi-la. O coração parecia não querer abrandar o batimento e a respiração era cada vez mais acelerada.
As lembranças
surgiam como um relâmpago em dia de tempestade, a saudade apertava como nunca
tivera acontecido, a vontade de o abraçar parecia não ter fim! Olhava para o
telemóvel e, mais uma vez, os minutos não avançavam à velocidade que ela queria
e desejava!
O voo estava
próximo e a vontade de regressar ao país era bem menor do que a vontade que
sentia em vê-lo, de novo, ao vivo e a cores. As mensagens trocadas, recentemente, despertaram nela
sensações únicas, desejos infinitos. As chamadas realizadas por Skype, durante
as últimas semanas, fizeram renascer uma nova esperança nela. Ela voltara a
tremer, ao pensar em alguém! Ela voltou a sentir um calafrio ao escolher o que
vestir antes de falar com ele! Ela voltou a sentir vontade de viver intensa e
fortemente…
As promessas. As
mesmas promessas durante anos. As promessas que ambos fizeram. As promessas que
ambos prometeram cumprir (e não cumpriram). As promessas que fizeram parte de
uma vida.
Ele analisa as informações
dos voos. No Terminal 1, o voo EZY7664 acabara de aterrar. Amesterdão iria
deixar de ser um pesadelo para ele!
Ela sai do avião
a uma velocidade louca, como se o amor da vida dela a aguardasse. Como se a
felicidade dela dependesse daquele momento…
“Promete que nunca mais vais fugir de mim…”
“Prometo não fugir de ti… Mas se me empurrares, eu não vou ter opção… Nesse momento, as circunstâncias vão mudar… Por isso, peço-te para que não o faças. Porque eu... porque eu amo-te muito! E não aguentaria mais ficar longe de ti…”
“Prometo não te
empurrar, meu amor! Chega cá! Sentes?"
“O quê?”
“O meu amor por ti…"
“E tu…?
Sentes?”
“O quê?”
“O meu amor a
abraçar o teu…”