Depois de tantos e-mails
trocados, de tanta indecisão, de tanto pensar sobre o assunto, decidiu que o
melhor seria mesmo comprar aquele apartamento. Precisava, definitivamente, de
mudar.
Eram muitas as recordações que ela tinha, sempre que estava
no espaço a que, normalmente, chamava de casa! Era tempo de mudar. Já faziam
dois anos desde que se tinham separado, e não fazia sentido ela continuar a
viver com aquele aperto, com aquela angústia, com aquele apego repugnante. Tinha
de mudar!
Quando há uns anos atrás ela tinha decidido ficar com ele,
mudar-se com ele, fazer daquela casa um lar, onde pudesse ver os filhos crescer
e onde pudesse olhar o rosto dele todas as manhãs, tudo parecia fazer sentido.
Eram novos. Tudo era encantador. Tudo parecia dar certo. Tudo
aparentava ser peças de um puzzle, que se encaixavam, sem grande dificuldade.
Mudou de emprego, para poder estar com ele, sempre que
desejasse. Ele era a pessoa mais importante na vida dela. Resolveu viver uma
vida onde apenas lhe interessava ser feliz.
Pareceu não dar certo. Três anos de uma vida a dois foram o
suficiente para lhes mostrar que não eram felizes daquela forma. Ela mudou
aquilo que o tivera feito apaixonar-se… Ele reprimiu o que a fazia vibrar a
cada segundo… Ela passou a ser mais uma, e ele passou a ser banal. Ambos
perderam o encanto porque, simplesmente, se desencantaram. Não foi um molde, um
ao outro; foi mudança, definita e grosseiramente.
Ele saiu daquela casa. Tiveram de mudar, novamente. Havia um
mundo lá fora. Ele não queria viver daquela forma, nem fazer com que a
vivacidade dela se perdesse por… por comodismo. Separaram-se. Ele mudou de
cidade, mudou o número de telemóvel, mudou o endereço de e-mail, mudou o emprego, deixou de ser tratado pelo seu primeiro
nome, para que o tratassem por Carlos. Ela não insistiu em encontrá-lo.
Precisava, definitivamente, de mudar. Uma nova casa, numa
outra cidade, num outro ambiente, naturalmente lhe iria trazer uma maior
tranquilidade. É precisamente por isso que, depois de contactar o agente
imobiliário, decidiu comprar aquele apartamento, com vista para o mar. As fotos
que lhe tinham sido enviadas, a localização, o preço, tudo parecia uma
oportunidade a agarrar. Decidiu. Escolheu.
Naquela manhã acordou com um sorriso, como há muito não acontecia.
Sentiu que entraria numa nova etapa, onde tudo passaria a fazer sentido.
Tratava-se da vida dela e da forma como ela a queria viver!
Saiu de casa, entrou no carro, colocou a morada no GPS e,
passadas quatro horas, chegou ao destino. Saiu do carro, olhou ao redor. Era
aquele ambiente que procurava, há vários anos.
“Dra. Carla…?”
“João?! Que fazes aqui?”
“Não sou mais o João com quem viveste… Sou o Carlos! Olá, bom
dia, Como está…?”
“Mas…”
“Espero que tudo isto vá ao encontro do que deseja… Do que
sempre desejou. Não a quero desiludir mais… Muito pelo contrário…”
“Mas…”
“Vamos ver o apartamento. Depois podemos falar melhor… Ao som
das ondas, ao toque da brisa do mar, ao cheiro da praia, à luz do sol, ao sabor
do reencontro!…”
Adorei... lindo!!! Sem dúvida, as pessoas quando amam são capazes de surpreender o outro como é impossível imaginar!
ResponderExcluirUm dia, irás encontrar esse amor que te fará feliz para sempre, aquela pessoa que te surpreenderá a cada dia que passa... e que, se for preciso, até vai cortar pontas contigo, heheheh***
Joelma*