Ela olhava pela janela como se o mundo tivesse surgido naquele momento… Encantada com meros montes, meras árvores, meras ventoinhas… Elas moviam-se ao ritmo daquela música; moviam-se como ela se tentara mover dos locais com demasiada entropia para os calmos e serenos.
O sol brilhava (apesar dos ponteiros do relógio já demonstrarem 19:40 horas) e a sua imaginação saltava de terreno em terreno, de ramo em ramo, de pedra em pedra. Nada mais interessava naquele momento; tudo se tornara, súbita e rapidamente, acessório e desmotivante. O sol brilhava mas a lua não estava presente… Escondera-se durante umas horas e era o que ela queria fazer, precisamente, naquele momento. Dava por si a pensar no quão importante e bom seria para ela parar no tempo, já que retroceder se tornara ainda mais impossível (na verdade, a impossibilidade é exactamente a mesma!).
O telemóvel toca e desperta-a para o mundo… Desperta-a e, por momentos, vários pensamentos surgem; pega nele, observa o que diz no visor… “Pai a chamar”.
“Onde estás? Ainda demoras muito, querida?”, “Não paizinho, não te preocupes, às 20 horas já lá devo estar…”, “Então daqui a pouco saio para te ir buscar.”, “Está bem… até já! Beijinho.”
A chamada já tinha sido interrompida e ela fica a olhar para o visor apagado – tal como ela se estava a sentir… Permanece imóvel como se nada importasse. Volta aos seus breves pensamentos que a mantêm viva, erguida, desperta.
O sol continua a brilhar, mas cada vez mais se nota a diminuição do contraste…
Ela continua a desejar parar no tempo, na vida, nos pensamentos que a atormentam. Como queria voltar atrás e impedir que muita coisa acontecesse…
Mas a vida é mesmo assim, não é? Já Saramago afirmava: "Se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar.”
Crescer, florescer, aprender, lidar… Chorar, sorrir… Cair mas levantar…
Porque a visão de hoje pode não ser a mesma da de amanhã…
Simplesmente fantástico :)
ResponderExcluirEspero que interiorizes a frase de Saramago e não te arrependas de nada que fizeste no passado.
Tudo vai correr pelo melhor, tenho a certeza.
Beijinho grande, minha poetisa :)
a esperança é a última a morrer . E nesto momento tenho é que acreditar $:
ResponderExcluirneste *
ResponderExcluirOlá, não percebi desculpa :S
ResponderExcluircomo assim estás com dificuldade ?