“Consegues sentir?”
“Seria impossível não o conseguir…”
Sabem aquele abraço que quando
surge é uma espécie de lufada de ar fresco, após uma prisão num local fechado e
escuro? Conhecem aquele sorriso que nos impede de desmoronar e desistir? Reconhecem
aquele olhar que nos impede de cair, que nos mantém fortes, suportados em nós
próprios, apesar das adversidades?
“Estás mais linda do que nunca… Que
saudades eu tinha tuas…”
“Que aperto sentia sempre que te
visualizava mentalmente! Que saudade sentia…”
Era um dia quente! O sol brilhava
por entre as nuvens que teimavam em surgir, esporadicamente, e o som natural
que se fazia ouvir transmitia uma tranquilidade imensa.
“Tanta coisa que gostaria de dizer,
mas as palavras faltam-me! Que faço contigo?”
E
quando esperamos anos por um momento? E quando ansiamos um encontro mais do que
alguma vez poderíamos achar que ansiaríamos algo?
“Também
não sei que faça com tanto amor! Com tanta vontade de te abraçar, contínua e
permanentemente!”
Aquela
nuvem tentava escurecer o céu azul… O vento que mal se fazia sentir começou a
mostrar o seu poder, e aquele silêncio passou a ser afetado pelo ruido da
agitação que se começava a enaltecer.
“Já reparaste? Só por ti ele bate
desta forma… Só por ti ele anseia dia após dia, hora a hora, minuto após
minutos, segundo a segundo… Só por ti estou aqui! Não avistava hora de tal
momento surgir… Mas lembra-te, quando te sentires pequena, imagina-te ao lado
daquela flor, que mesmo ínfima, consegue ser maravilhosa. Aí vais perceber,
realmente, o quão grande e deslumbrante és! Apenas te peço mais uma coisa em
relação a este mágico instante… lembra-te de o esquecer…”
“Mas…”
“Só assim conseguirás ser
verdadeiramente feliz…”