sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Explosão de cores


A janela estava aberta, as portas estavam encostas, a sua mente estava fechada. O pensamento era mais confuso do que nunca, e nenhum pensamento introduzido servia para arrumar a confusão que se encontrava dentro da sua cabeça. Sentia um arrepio, um aperto forte, uma vontade desesperada de sair pela porta, rumo ao desconhecido. Nada a tranquilizava! Aquele sofá? Já não o podia ver! Aquela cama? Já não a podia imaginar! Aquele aroma? Já não o podia sentir! E o aconchego do lar? Já não lhe chegava… Queria sentir algo, queria fugir, queria ser de outra forma, mostrar-se forte, sentir-se outra, sendo a mesma… Dicotomia de sentimentos, de pensamentos, de emoções, era tudo o que tinha naquele momento.
Não sai, não foge, não se esconde. Ao invés disso, arreda a cortina e espreita para fora… Tenta olhar a linha do horizonte, mas tudo o que consegue é ver um nevoeiro, que a impede de visualizar a luz!
Tal e qual como se passava na cabeça dela, naquele momento! Ela queria ver, mas não podia! Onde estava o clarão de que tanto precisava? Onde estavam as respostas às suas questões? Onde estava a sua felicidade total?
O nevoeiro persiste, mas ela também o faz… Mantém-se a olhar para fora, na esperança de sentir algo de diferente! Na esperança de ver a luz, aquela luz por que tanto esperava e ansiava! O tempo passava mas a esperança não se perdia, a paciência permanecia, a dicotomia de sensações insistia ainda mais.
Uma gota, outra… Começa a chover… De repente, sente um movimento de um carro, a aproximação de alguém (alguém que decidiu fugir, sem saber bem o que fazer?). Ela abstrai-se e recai sobre os seus problemas.
Alguém bate à porta… Inevitavelmente teve de interromper o seu pensamento…
“Tinha de vir… Não aguentava a tua ausência por mais um minuto!” (Ou alguém que sabia muito bem o que procurava…)
“Já te disse que te adoro?”
E um arco-íris surgiu, inevitável e espontaneamente… Uma explosão de cores!