quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sei tudo isso a que te referes…

“Sabes quando queres seguir aquele percurso mas, sem te aperceberes e rapidamente, escolhes aquele que é o aposto ao que tu queres? Sabes quando tu queres dizer sim, e dizes não? Sabes quando queres sair por aquela porta mas acabas por entrar por ela? Sabes quando queres respirar e parece que te falta um básico balão de oxigénio? E sabes qual a sensação de quereres acender uma luz mas acabares por apagar todas as luzinhas que te rodeiam? Sabes o que é quereres comer e acabares por pegar numa garrafa de água? E sabes o que é amar e dizer que odeias? Sabes o que é apontar para o céu desejando o inferno? Sabes o que é olhar uma paisagem magnífica e parecer que estás a olhar para o abismo? Sabes o que é quereres libertar-te e continuares presa? Sabes…”
“Sei…! Sei o que é querer acordar e, apesar desse desejo, continuar com aquele pesadelo. Sei o que é querer caminhar e não conseguir levantar-me. Sei o que é querer falar e faltarem-me as palavras. Sei o que é querer olhar e acabar por desviar os olhos para o lado oposto. Sei o que é querer chorar e sorrir. Sei o que é querer desabafar e, apesar disso, deixar tudo para de mim. Sei o que é desejar a felicidade e não a ter. Sei o que é querer ver o dia e apenas embater com a noite. Sei o que é pensar em tudo e, simultaneamente, não pensar em nada. Sei…”
“Sabes mais do que aquilo que eu pensava que soubesses… Mas certamente não saberás o que é quereres beijar alguém e não poderes. Seguramente não saberás o que é desejar alguém e não poderes ter essa pessoa. Evidentemente não saberás o que é não conseguir adormecer. Decididamente não saberás o que é sofrer por amor…”
“Sei tudo isso a que te referes… E sabes porquê? Porque sei o que é querer beijar-te e não poder. Porque sei o que é desejar-te e não te poder ter. Porque sei o que é não adormecer por te ter no pensamento. Porque sei o que é sofrer por ti…”



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Era uma vez...

Era uma vez uma estrada, uma única estrada. Ela percorria-a sem qualquer dúvida, sem qualquer receio, sem qualquer desconfiança… Afinal, apenas tinha aquela opção. Percorria-a naturalmente, a uma velocidade constante. Afinal, aquela estrada não a iria surpreender, porque era apenas uma, era única, inofensiva! Nenhum obstáculo, nenhuma lacuna pelo meio, nenhuma perturbação pela berma, ninguém a mandá-la parar ou a mostrar-lhe outro caminho (afinal, a esta altura, não havia outra opção).
Monótono? Fácil de mais? Aborrecido? Maçador?
Era uma vez uma estrada, uma única estrada. Ela caminhava tranquilamente. A certa altura, espontânea e momentaneamente, surge algo que ela desconhece. Admirada e assustada, fica sem saber como reagir, como actuar perante aquela situação!
Parecia que tudo decorria sem problemas, sem sombra para preocupação, quando, de repente e sem explicação imediata, ela é surpreendida!
Uma bifurcação. De uma bifurcação, é do que se trata. A vida dela deixa de ser linear, contínua, sem escolha!
Tinha chegado a altura de ela optar! E tinha de ser naquele momento. Afinal, depois de passada essa ramificação, não poderia voltar atrás… Seria irreversível.
Lamentável? Preocupante? Injusto? Inquietante?
Era uma vez uma estrada, com uma bifurcação. Ela teve de optar…. E acabou por escolher um dos caminhos.
Era uma vez um desvio. E ela teve de fazer esse desvio…
A vida é mesmo assim… Umas vezes porque não temos opção, pois apenas temos uma estrada pela frente, outras vezes porque temos de escolher, pois existem várias opções, e ainda outras em que, impreterivelmente, se tem de optar por algo que, mesmo que não pareça o melhor, é o que tem de ser feito.
Afinal, apesar de não haver uma explicação imediata para o aparecimento daquele obstáculo, daquela novidade, daquela bifurcação, a explicação existe! Ela optou… Ela percorreu o caminho que escolheu… Perante essa escolha, acarretou com o desvio.
Destino? Propósito? Sina?
Seja o que for… Se é um objectivo? Não se sabe… Se é o caminho para a felicidade? Ainda se virá a saber…
Era uma vez uma vida, uma escolha, vários caminhos, mas um só final…