domingo, 24 de julho de 2011

Olhar o céu… Contemplar as estrelas…

Sem saber como agir, sem saber como reagir a todas aquelas mudanças, sem saber como olhar nos olhos das pessoas, sem saber como recordar o passado, sem saber como imaginar o futuro, sem saber viver devidamente o presente, decidiu que o melhor que tinha a fazer, naquele preciso momento, seria, pura e simplesmente, olhar a noite e contemplar as estrelas. Foi mesmo isso que ela fez…
Está sentada, no alpendre da casa, numa cadeira confortável; o ambiente é acolhedor e, por isso mesmo, ela acolhe a sua alma, acolhe os seus desejos, acolhe os seus pensamentos (únicos e secretos), pensa nos seus sonhos…
Levanta a cabeça, tantas estrelas! Parecem tão próximas e estão tão distantes. Isso também já aconteceu consigo, outrora. Sentira-se perto da felicidade e do clímax do ânimo, no entanto, essa proximidade não passara de uma ilusão! De uma ilusão de óptica... Mas, pensar que se está próximo não é assim tão mau! E foi isso que sempre lhe deu forças! E será que é o que continua a dar? Será por isso mesmo que ela se encontra a olhar o céu, neste preciso momento?
Baixa a cabeça, delicada e calmamente. Olha o horizonte. Luzes, é tudo o que vê! Um arraial de luzes! Em frente e na periferia… A casa do lado também se encontra iluminada. Quem lhe dera estar num lugar isolado... A lua ainda não é vista, mas daqui a pouco aproximar-se-á do seu campo de visão! Está quase, ela sabe disso! Observa-a todas as noites e imagina como ela se apresentará hoje!
Agora, baixa a cabeça, repentinamente. Sente o motor de um carro… Quanto ela prefere estar naquele ambiente sereno ao invés de andar na correria do dia-a-dia, naquele momento! Sente que vale a pena respirar, por poder virar a cabeça, de novo, para o céu! Afinal, o céu é o limite, o Olimpo é o que ela deseja.
Escuridão!
Lembra-se de tantas expressões que já lhe foram ditas ao longo da vida… ao longo das suas horas activas… Mas uma persiste…
Agora, que ela olha para aquela estrela brilhante (a mais brilhante do céu), no meio da escuridão, ela recorda uma expressão (ainda bem que ela decidiu olhar a noite e contemplar as estrelas!)… Todos os momentos valem a pena, até estes (e estes, sobretudo, em alturas como esta); todos os olhares, todos os sorrisos, todos os momentos de silêncio, todos os momentos em que tudo se resume a um abraço, a um beijo.
Só caio em mim quando te abraçar de novo, afinal, todos os momentos que passamos juntos são preciosos… cada vez mais.
E por tudo o que paira na sua mente, por todos os sentimentos que a invadem a esta hora da noite, ela continua a olhar o céu e a contemplar as estrelas… Ainda não vê a lua, mas sabe que ela surgirá, em breve…


quarta-feira, 13 de julho de 2011

A única desvantagem...

A distância torna-se dos meus piores inimigos!”
Há uns dias falaram-lhe de uma montanha… Falaram-lhe daquela montanha – ela apenas pensa numa. Pensa naquela que a espera, dia a pós dia, hora após hora… Ela sabe que a montanha é aquela! A Montanha rasga as nuvens, encosta no sol, sopra na lua, acompanha as estrelas, colabora com as aves, revitaliza a mente dela! Fá-la sentir viva, avisa-a dos obstáculos que ela terá de ultrapassar, ensina-a a crescer, dá razão de ser ao seu viver… E, assim, ela é feliz! 
Ela sabe que a Montanha estará lá para sempre… Ela sabe que, por mais ventos que soprem, por mais água que caia, por mais luz irradiada, por mais noites serradas, a Montanha não sairá de lá! Para além disso, tem a certeza que nada do que for dito no momento em que estiver com ela, naquele puro local, permanecerá lá para sempre e morrerá sem de lá sair! Afinal, ela pode confiar, efectivamente, naquela grandiosidade.  
Ela anseia por tudo aquilo que pode ter, junto àquele ambiente… Anseia por aquela sociedade… Aquela genuína e cristalina sociedade… Tal como eu! Eu cobiço a total liberdade e ambiciono aquela plenitude! E, um dia… Um dia eu vou ser capaz de mostrar tudo o que sinto naquele ambiente sereno…
Sem mentiras ou preconceitos, sem capas ou véus, sem receios ou pensamentos, eu vou voltar a mostrar a importância que um simples olhar, um simples sorriso, um simples acto, um simples momento pode ter na minha presença, na minha postura, na minha convicção… E, no dia em que isso acontecer, ela vai apreciar tudo… De lá do alto, do auge, do patamar de cima, do alpendre, ela vai observar e avaliar o meu comportamento! Porque ela também ouviu, sentiu e apreciou quando ele me disse:
Sabes qual é a única desvantagem de te ter comigo?
A distância torna-se dos meus piores inimigos!”